Manifesto

Declarai-vos Livres! Vós que amarrastes valores cafonas em ganchos no âmago d’alma cercados de mágoas por todos os lados. Ignorância: península sinuosa! Sal de traumas, areia cinzenta e vento esculpem encostas íngremes. Paisagem montanhosa transpõe a praia da dor. Ai, a dor… A liberdade nos livra da dor, nos desveste do amor. Humanidade segregada: cegosContinuar lendo “Manifesto”

Naufrágio nas galáxias

Plana pássaro rasante transversal dez para uma, manhã. Relógio pendurado acolhe sob braços ponteiros abertos. Carcará: garras e bico hecatombe nuclear voo dismórfico, queda. Buraco negro do amanhã fratura carne exposta naufrágio nas galáxias. Autor Mário L. Cardinale é capricorniano, natural de Poá, município da Grande São Paulo. Formado em Farmácia, atualmente embrenha-se no estudoContinuar lendo “Naufrágio nas galáxias”

A moeda de um lado só

Uma das grandes artimanhas da literatura é seu poder de narrar a mesma história de diversas formas. Às vezes, ainda que com elementos repetidos, consegue-se  enxergar um enredo completamente novo e essa versatilidade faz com que os leitores nunca esgotem sua infinita lista de livros para serem lidos. Lançado pela primeira vez em 1969, oContinuar lendo “A moeda de um lado só”

O mundo não é perfeito como um cavalo

Há uma crônica do escritor Rubens da Cunha, intitulada O morador das palavras, que começa assim: “E se ele pudesse morar dentro das palavras? Começou morando na palavra cavalo, gostou de sua elegância paroxítona e desacentuada, de sua quase toda leveza. Ficou morando lá pouco tempo, porque cavalo é também palavra indócil, dada a galopes,Continuar lendo “O mundo não é perfeito como um cavalo”

A vaidade de não-se-expor

Eu sei, você deve ter crescido ouvindo: para de se amostrar moleque(a), isso é falta de humildade! Mas muitas vezes quem te disse isso partiu justamente da dor de não conseguir se expor ou de ter se ferido, num mecanismo de projeção inconsciente da própria sombra sobre o outro (sombra é aquilo que temos ocultoContinuar lendo “A vaidade de não-se-expor”

Uma chama não perde nada ao acender outra chama

“Uma chama não perde nada ao acender outra chama” é um provérbio africano que está na dedicatória com que Ana Maria Gonçalves abre seu livro, Um defeito de cor, lançado pela Editora Record em 2006 e que nos ajuda a refletir sobre privilégio. Este emblemático romance narra a vida de Kehinde, uma heroína épica queContinuar lendo “Uma chama não perde nada ao acender outra chama”

A paz que falta ao mundo

O cenário geopolítico está em constante transformação: estima-se que atualmente há em torno de trinta conflitos ocorrendo. O mundo vive num estado permanente de guerras que se arrastam em embates internos ou externos, alguns desde os anos 90, outros desde muito antes. Para ilustrar essa afirmação, os conflitos na primeira guerra mundial ocasionaram a quedaContinuar lendo “A paz que falta ao mundo”

O corpo não pode ser tudo sobre o outro

No constante exercício de reflexão, um livro puxa outro e duas histórias diferentes em gênero e conteúdo, mas atravessadas pelo mesmo tema, o corpo, acabaram se cruzando por aqui. Fome, uma autobiografia do (meu) corpo, da professora americana Roxane Gay, narra como a autora, após sofrer um abuso sexual aos doze anos, passou a utilizarContinuar lendo “O corpo não pode ser tudo sobre o outro”