Clube de ficcionistas – Temporada de Furacões

Um grupo de garotos encontra um corpo em meio a um córrego. Trata-se da temida bruxa de La Matosa. Será que ela é que os teria encontrado? Em um ambiente marcado pela pobreza, machismo, misticismo, preconceito e violência estrutural, o livro Temporada de Furacões (2017), de Fernanda Melchor, será a obra debatida pelo Clube deContinuar lendo “Clube de ficcionistas – Temporada de Furacões”

Uma chama não perde nada ao acender outra chama

“Uma chama não perde nada ao acender outra chama” é um provérbio africano que está na dedicatória com que Ana Maria Gonçalves abre seu livro, Um defeito de cor, lançado pela Editora Record em 2006 e que nos ajuda a refletir sobre privilégio. Este emblemático romance narra a vida de Kehinde, uma heroína épica queContinuar lendo “Uma chama não perde nada ao acender outra chama”

Clube de ficcionistas – O filho de mil homens

Habitar à margem da sociedade é um convite para conviver com a solidão e todas as agruras e consequências por escolher ser quem realmente você é. Contudo, quando duas ou mais solidões se encontram é possível que novas conexões muito mais fortes sejam estabelecidas. Esta é a ideia do livro O filho de mil homensContinuar lendo “Clube de ficcionistas – O filho de mil homens”

O corpo não pode ser tudo sobre o outro

No constante exercício de reflexão, um livro puxa outro e duas histórias diferentes em gênero e conteúdo, mas atravessadas pelo mesmo tema, o corpo, acabaram se cruzando por aqui. Fome, uma autobiografia do (meu) corpo, da professora americana Roxane Gay, narra como a autora, após sofrer um abuso sexual aos doze anos, passou a utilizarContinuar lendo “O corpo não pode ser tudo sobre o outro”

Café Literário – O quarto de Giovanni

No meio do século XX, apesar de um processo ainda muito iniciante, começa-se a questionar alguns tabus então vigentes quanto à igualdade de gênero, raça, etnia e sexualidade. No livro O quarto de Giovanni vai ser mais explorado justamente este último. Como a sociedade parisiense reage a um triângulo amoroso diverso? Como lidar com osContinuar lendo “Café Literário – O quarto de Giovanni”

A fantasia ao serviço da tolerância

Ler A História sem fim e Harry Potter para um mundo melhor A autora britânica Rosalind Jana escreveu num artigo: “To read is to exist in two places at once.” (Ler é existir em dois lugares ao mesmo tempo, em livre tradução). Como leitora, não posso discordar e ainda acrescento: essa dupla existência torna muitosContinuar lendo “A fantasia ao serviço da tolerância”

Clube de ficcionistas – Vista Chinesa

Em uma sociedade marcada pelo medo da insegurança e incerteza, o ambiente se torna ainda mais perigoso para as mulheres. A liberdade de ir para onde quiser da forma como preferir não é uma realidade verossímil para o público feminino de uma estrutura notoriamente patriarcal ainda. Existe o medo do julgamento. Existe o medo daContinuar lendo “Clube de ficcionistas – Vista Chinesa”

Todas as famílias se parecem?

Léxico familiar, O castelo de vidro e Anarquistas, graças a Deus para entender Família, família Vive junto todo dia Nunca perde essa mania. Os famosos versos da canção dos Titãs sugerem que todas as famílias se parecem. Há quem diga que não, que sua família é única. Mas, sendo assim, porque nos identificamos com asContinuar lendo “Todas as famílias se parecem?”

Café Literário – Eu, Tituba

Em tempos de patriarcado, o destaque da mulher incomoda muita gente. E o destaque da mulher negra incomoda muito mais. Em Eu, Tituba, Maryse Condé nos relata a história de uma jovem negra que ganha o protagonismo em um episódio histórico marcante: a perseguição e julgamento das bruxas de Salém. Agora a parte mais oprimidaContinuar lendo “Café Literário – Eu, Tituba”

A pediatra, Memórias do Subsolo, Desonra e a empatia como ferramenta de leitura

Recentemente lançado pela Companhia das Letras, o livro A Pediatra, de Andréa Del Fuego, tem conquistado muitos leitores que adoram a história, mas fazem questão de destacar que a figura da protagonista é detestável e não desperta nenhuma empatia. Cecília é uma pediatra sem vocação, avessa à crianças, cercada de privilégios de classe, que trataContinuar lendo “A pediatra, Memórias do Subsolo, Desonra e a empatia como ferramenta de leitura”