Vigília na madrugada é tudo ou nada… o tempo perpassa no próprio compasso um silêncio espasmo sombra na parede tatuada. Redondilha menor ou maior, que importa? Escrevo e só; verso-dissimulo desatento, afogo mágoas, palavra por palavra, em tinta. Mergulho: grito ao pé d’ouvido rigoroso andar das horas noite adentro, amor próprio escasso inebriado fico. AfundoContinuar lendo “Em mim esqueço”
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Sobre Nós
Fechar os olhos chegar em fração de segundo. A realidade ampliada além da matéria e do etéreo. Qual será de nós, menina? Será somos só almas vagando em corpos violados pelo tempo que aniquila? Será o amor fratricida? Ofereço tudo e nada… assim juntos, no centro do ciclone gira-gira-gira; vasta esplanada. Estamos encantados pelo reflexoContinuar lendo “Sobre Nós”
Filosofia Antiga
Penso, logo escrevo. Escrevo, logo existo. Se penso, escrevo, existo: liberto o poema da caverna regresso e extravaso: grito! Dois dedos no fundo da goela me sufocam na multidão; aflito. É que meu mundo das ideias está em constante conflito. O mundo material desmorona, no ato final; apocalíptico. Careço parar de pensar escrevo paródias deContinuar lendo “Filosofia Antiga”
Se eu pudesse te encontrar de novo…
Se eu pudesse te encontrar de novo… Eu te daria um longo abraço para tentar aplacar a imensa saudade que sinto de ti. Falaria sobre muitas coisas, pra ti ainda desconhecidas… e te ensinaria outras tantas que seria muito útil saberes o quanto antes. Daria meu colo pra chorares por tuas primeiras decepções e teContinuar lendo “Se eu pudesse te encontrar de novo…”
O mundo não é perfeito como um cavalo
Há uma crônica do escritor Rubens da Cunha, intitulada O morador das palavras, que começa assim: “E se ele pudesse morar dentro das palavras? Começou morando na palavra cavalo, gostou de sua elegância paroxítona e desacentuada, de sua quase toda leveza. Ficou morando lá pouco tempo, porque cavalo é também palavra indócil, dada a galopes,Continuar lendo “O mundo não é perfeito como um cavalo”
Solidão
solidão: lugar comum pra quem paquera estrelas uma pena de lá ninguém flertar de volta sinfonia n’aurora cântico que o vento aflora dia passa tanto faz se fez foz do meu pranto trago verdades choro de canto acendo o cachimbo nascente, poente mercúrio retrógrado patino no limbo apelo ao planeta regente socorro! Autor Mário L.Continuar lendo “Solidão”
A dor de não ser o que se é
A grosso modo, o ser humano constrói sua individualidade a partir de processos internos e externos. Podem-se considerar como fator externo os comportamentos e posturas comuns à comunidade em que se vive. Enquanto isso, a subjetivação, em termos muito simplórios, refere-se aos critérios internos a partir dos quais cada um elabora suas subjetividades. Isto é,Continuar lendo “A dor de não ser o que se é”
Na ponta dos pés
Ando na ponta dos pés assim fico mais perto das estrelas mesmo que meus dedos ainda toquem o chão e minhas mãos não alcancem o firmamento, estendo-as. Olho pro céu a treva total encobre a lua cosmonauta no escuro a vida tá louca na terra adoecendo todo mundo pra burro o salário cada vez maisContinuar lendo “Na ponta dos pés”
Rezo ao homem gentil
Quando um homem gentil te tocarNum suspiro seu corpo mergulhará no abismo do Inconsciente,Adentrando camadas e erasAté reencontrar e pulsar uma memória antiga e pura,De quando a humanidade tocava a terra, o corpo,Consciente do seu Sagrado!Um homem só pode ser gentil se antesCura suas próprias feridas e se amaNão se apega às amarguras para vomitá-lasContinuar lendo “Rezo ao homem gentil”
XEQUE-MATE!
No rabo da estrela cadente surfa minha bruxa madrinha; chacoalha a varinha condena-me a dúvida atroz: e nós? Nós não povoamos o mundo? não poluímos os rios? não acendemos pavios? nós, nesse viver, matar e morrer… em vão. Somos apenas peões marchando alinhados num tabuleiro hostil Xeque-mate! Autor Mário L. Cardinale é capriconiano, natural deContinuar lendo “XEQUE-MATE!”