Cotidiano

Soco o olho do furacão
ossos do pulso se quebram
em cacos, esfacelados.

Durante o jantar
vejo a sombra dos famintos;
me envergonho.

A solidão da noite perturba
quando se é refém
de tantos pensamentos.

O remorso dilacera o espírito.
Feridas n’alma
são mais difíceis tratar.

Parece que na minha vida
o vento provém, ordinariamente,
do sul, trazendo vendaval.

A loucura se amplia
quanto mais fundo
mergulho na realidade.

Se corro na direção da luz,
maior é a escuridão
que me persegue.

Conhecimento é passagem,
é transporte, é viagem
para a terra das desilusões.

Angústia é veneno insípido
engulo sem perceber
aos poucos, me aniquilo.

Autor

Mário L. Cardinale é capriconiano, natural de Poá, município da Grande São Paulo.

Formado em Farmácia, atualmente embrenha-se no estudo das humanidades, sendo a filosofia, a política, a música e a literatura suas paixões.

É casado, pai de Alice e Gael. O poeta dedica-se à escrita há cinco anos, lançando no final de 2020 uma reunião de seus primeiros poemas intitulada “O Mundo do Poeta”.

Instagram: @mariolcardinale

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