Quem pode dizer Se ao entrar no quintal da vizinhança Se está a enclausurar no vitral da lembrança Ou a se libertar no portal da esperança? Só quem entra E volta para contar. Só quem é barrado E se atém ao leite derramado. Quantas histórias diferentes Cada um deles irá guardar… E mesmo assim oContinuar lendo “Crônicas de uma Fechadura Emperrada”
Arquivos da categoria: Poesias – Leandro Dupré Cardoso
Herói da nossa gente
Do fundo do mato-virgem ele saiu E a primeira infância passou calado e arredio. É assim que o Mário ao mundo a história abre E nem me pergunte qual, pois no fundo você sabe. Meu santo, que criança feia! Nesse ritmo não passa nunca de aldeia! Realmente, o destino lhe impunha considerável barreira,Continuar lendo “Herói da nossa gente”
Um soldado desconhecido
Identidade ele tinha, De vontade própria a recusou. Com um nome ele vinha, Só fez o registro e o rasgou. O registro do nome Ou o nome do registro? Porém, A espera de uma chance. A espreita de um relance. Mas ainda sem enlaces, Sem base e sem crase. Era o cavaleiro sem nome aContinuar lendo “Um soldado desconhecido”
Memórias de um velho ano novo
Desejo que o gigante ganhe consciência, Quero que isto não seja só aparência. Espero que não hajam mais deslizes, Tenho vontade de que o presente aconteça, Que o futuro finalmente se realize. Que o futebol seja só esportivo, Tenho vontade de que o professor seja reconhecido. Espero que o político honre o seu cargo, QueroContinuar lendo “Memórias de um velho ano novo”
O planeta das metáforas
Viver sonhando, Sonhar acordado. Viver acompanhando O galgar do cavalo alado. Força natural Extrapoladora do real. Ou melhor, Valorização dos seres às últimas consequências. A mente caricaturista Do que pode enxergar. Visão vanguardista Do que se pode imaginar. Onde os heróis brilham E os monstros arrepiam. Uns por lutarem com gloriosa lealdade. E os outrosContinuar lendo “O planeta das metáforas”
Caras pintadas
Brilho da alegria, Clima festeiro. É o circo da folia Quando ergue o picadeiro. E quem mais pode ser seu representante melhor Do que o nobre piadista-mor, O curinga de face pintada, O palhaço de risada engessada. Que num momento de emoções extasiadas Resolveu desandar a fazer palhaçadas Para compartir as suas gargalhadas Com oContinuar lendo “Caras pintadas”
O estandarte do sabre
Ponta de faca, Ponta de luz. No fio da espada Do gume que reluz. A sorte dos povos Definida na lâmina mais afiada. O lado dos corpos Medido pela maior cilada. Mas o meu brasão não é sempre o mais forte? O que inspira mais medo, Mais calafrios, Que se espalha sem segredo Pela dinastiaContinuar lendo “O estandarte do sabre”
O espelho da água: da água o espelho
A divina fonte primordial Em par com a sua imagem copiada. O espelho d’água é tal Que tem o real e o ideal na mesma cartada. A perdição de Narciso, O juízo da perfeição. Água louca, Que com vergonha pouca Os maiores egos afoga Dentro do próprio ar em voga. Água alienada, Ela é oContinuar lendo “O espelho da água: da água o espelho”
Consenso falado, conceito traçado
Rio corre, Rio dorme, Frio enorme. Vento a retalhar, Vento a retaliar, Relento a respirar. Condição real? Sensação mental Da situação atual. Mas basta querer, Basta aprender E arrasta o parecer. Do príncipe da decência Ao princípio da essência, O benefício da consciência. Faz fluir a perfeição! Faz surgir o mar no sertão! Vai nutrirContinuar lendo “Consenso falado, conceito traçado”
A lua de todas as crenças
Figura tranquilizante Das marés da vida, De fases cambiantes Pelo seu alvo semblante De luz refletida. No alto ela se destaca Mesmo com aparência recatada, Pois ainda é o único brilho que resplandece Pela noite que adormece. A inconfundível serenidade do ser. Mas mesmo ao ser por todas as estrelas rodeada O equilíbrio não deixaContinuar lendo “A lua de todas as crenças”