Bastante Chove

A escuridão da rua
noite fria úmida,
noite fim de inverno
bastante chove!

Entro estreita viela
sigo sentido centro
avenida, grades do bueiro
ali onde encontro ratos.

Ratos que fogem
do cheiro do mijo,
mijo fétido dos gatos
que espanta ratos.

Agora flutuam ratos
esgoto excremento fossa
entre viela e avenida
faróis acesos, carros.

Velozes carros passam
escuro céu perambulo
noite preta, que treta!
Bastante chove!

Avenida marginal esquina
linha do trem, estação Calmon.
O trem passa lento,
ritmo de bonde velho.

Embarco!
olho, vejo pela janela
tudo além do fim
vagão nuvem passageira.

Estação final:
la prima donna vera;
cadeiras sujas do vagão
soam azul anil, mar e céu.

Desembarco, fujo
mergulho e tropeço
Volto pro começo
Chove! Bastante chove!

Autor

Mário L. Cardinale é capricorniano, natural de Poá, município da Grande São Paulo.

Formado em Farmácia, atualmente embrenha-se no estudo das humanidades, sendo a filosofia, a política, a música e a literatura suas paixões.

É casado, pai de Alice e Gael. O poeta dedica-se à escrita há cinco anos, lançando no final de 2020 uma reunião de seus primeiros poemas intitulada “O Mundo do Poeta”.

Instagram: @mariolcardinale

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