Café Literário – Eu, Tituba

Em tempos de patriarcado, o destaque da mulher incomoda muita gente. E o destaque da mulher negra incomoda muito mais.

Em Eu, Tituba, Maryse Condé nos relata a história de uma jovem negra que ganha o protagonismo em um episódio histórico marcante: a perseguição e julgamento das bruxas de Salém.

Agora a parte mais oprimida poderá ter voz e detalhar o seu lado da história neste livro vencedor do prêmio de literatura feminina em 1986 e prêmio dos jovens leitores em 1994, ambos ocorridos na França.

Eu, Tituba será o próximo livro a ser debatido durante o Café Literário, clube de leitura aberto gratuitamente a todos os interessados pela literatura e especialmente pelo tema.

Com a curadoria da Profª Janaína Soggia e palestra de Monique Bonomini, o Café Literário será transmitido via Meet no dia 06/02, das 15h às 17h30.

O link oficial será divulgado na hora do encontro pelo grupo de WhatsApp oficial do clube de leitura. Então corre e vem acompanhar essa e outras novidades do Café Literário clicando aqui e seguindo a página @cafeliterariosp no Instagram.

Para mais informações sobre o livro, clique aqui.

Sinopse

Tituba, mulher negra, nascida em Barbados, no século XVII, renasce, três séculos depois. Torna-se outra vez real pelas mãos da premiada escritora Maryse Condé, vencedora do New Academy Prize 2018 (Prêmio Nobel Alternativo).

No início do livro, Maryse Condé anota: “Tituba e eu vivemos uma estreita intimidade durante um ano. Foi no correr de nossas intermináveis conversas que ela me disse essas coisas que ainda não havia confiado a ninguém.” Da mesma forma, quem lê Tituba poderá ouvi-la falar, do invisível, desestabilizando estruturas cristalizadas, mediando novas concepções de identidades e culturas e protegendo as pessoas insurgentes.

Aqui, essa personagem fascinante, é retirada do silêncio a que a historiografia lhe destinou. Filha de uma mulher negra escravizada, viveu cedo o terror de ver a mãe assassinada por se defender do estupro de um homem branco e de saber que o pai se matou por causa do mesmo homem branco. Cresceu sob os cuidados de uma mulher que tinha o poder da cura e que a iniciou nos mistérios. Adulta, apaixonou-se por John Indien e abdicou, por ele, da própria liberdade.

Uma das primeiras mulheres julgadas por praticar bruxaria nos tribunais de Salem, em 1692, Tituba fora escravizada e levada para a Nova Inglaterra pelo pastor Samuel Parris, que a denunciou. Mesmo protegida pelos espíritos, não pôde escapar das mentiras e acusações da histeria puritana daquela época.

A história de Tituba é a história das mulheres da diáspora e do povo negro. É também a história de todas as pessoas que seguem a própria verdade, em vez de professar a fé do colonizador. É a história dos e das dissidentes e dos seres de alma livre. Por isso é uma história bela e complexa, cujo final, a despeito dos infortúnios, é sempre benfazejo, pois é a história dos que resistem.

“Para saber de Tituba, a bruxa negra de Salem, é preciso acompanhar quem sabe lidar com a alquimia das palavras. Maryse Condé tem as fórmulas, as poções mágicas da escrita.” – Conceição Evaristo

Maryse Condé (Guadalupe, 1937) é feminista, professora emérita de francês e filologia românica na Columbia University. É autora de mais de vinte livros, de diversos gêneros literários. Em 2018 recebeu o The New Academy Prize in Literature, premiação criada como alternativa ao Nobel Prize de 2018, suspenso após denúncias de violência sexual envolvendo integrantes da instituição. Este é seu primeiro livro pela Rosa dos Tempos.

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