Cogitava findo, acabado – no entanto,
do início recomeçou:
Olhares tímidos, risos sedutores, juras de amor…
Era tudo como dantes e sempre; logo desmoronou
Zerado parecia, mas, novamente, a soma defluía
Palavras agradáveis, cafés, bolo e cobertor…
O relógio gira, o tempo voa,
E continuamos dançando a música que a vida entoa:
Por que retroceder, quando podes ir além?
A vida é tua – e de mais ninguém
Pensa, analisa, rejeita o que não te convém
Aparência é cativante, mas é preciso ponderar, também
Olhos podem distrair; impedem de ouvir a voz…
Sussurrante, quase rouca, de tantas tentativas vãs
Para avisar-te a direção certa, despertar-te e fazer-te sã!
O coração angustiado, que, na ânsia de fazer este peito magoado
Acertar, enfim, o alvo, não cansa de gritar:
Para, analisa, só aceita a quem te amar, respeitar e admirar!
Esta poesia foi publicada no livro Madrepérola, lançado em outubro de 2019 pela Editora Andross, aprovada na primeira fase do prêmio Strix de melhor poesia do respectivo livro.
Autora

Jeane Lima é graduada em Letras pela UNICSUL-SP e pós-graduada em Língua Portuguesa pela mesma instituição.
Escritora de Contos, Microcontos, Crônicas e Poesias, possui textos publicados em várias antologias nacionais. Indicada à primeira fase do prêmio Strix de literatura em 2020.
Colunista literária no Jornal Voz em Minas Gerais: https://jornalvoznet.com.br/essencia
Instagram: @escritora_jeanelima