Bobagens ditas a esmo esfacelam dúvidas insólitas. Paramos no tempo sufocamos nessa sala fechada respiramos as aspirações um do outro. Deus e o Diabo duelam. Seus sabres untados de sangue têm a mesma envergadura, lâminas afiadas cortam a carne dos miseráveis. A selva de pedra, as pedras de selva dentes expostos famintos rosnamos pelas migalhas.Continuar lendo “Bobagens”
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Descrença
Acusa-me de não querer seu deus pois me entende poeta. Ora, no poeta também habita a vida e a crença científica, por isso renega aos dogmas e todos os ritos extirpa. Bem verdade que tu nada entende de sativa, nem de poetas suicidas, as mal curadas feridas tombos e vendavais… Hecatombe, haja! Fez-se: o tempoContinuar lendo “Descrença”
Bastante Chove
A escuridão da rua noite fria úmida, noite fim de inverno bastante chove! Entro estreita viela sigo sentido centro avenida, grades do bueiro ali onde encontro ratos. Ratos que fogem do cheiro do mijo, mijo fétido dos gatos que espanta ratos. Agora flutuam ratos esgoto excremento fossa entre viela e avenida faróis acesos, carros. VelozesContinuar lendo “Bastante Chove”
Coisas
Dizem que as coisas são como são. Pois, devem ser as coisas como devem ser. Mas quando as coisas são sem ter que ser? Ou quando não são ou deixam de ser? E mesmo que tudo seja como deve ser E mesmo que nada do que foi de novo será E mesmo que aquilo queContinuar lendo “Coisas”
Clara
Clara luz de sóis distantes brilha a lua nua, pura, inverno no hemisfério sul. Claro orvalho sobre a rosa amor obducto nuvens manchas no céu marinho-azul. Velho coração improdutivo latifúndio à espera de reforma, invadido pelos afetos e sonhos. Distância incômoda, frio vento na madrugada, sopro brisa arrepia pele e pelos. Mentalizo, construo imagens tijoloContinuar lendo “Clara”
Manifesto
Declarai-vos Livres! Vós que amarrastes valores cafonas em ganchos no âmago d’alma cercados de mágoas por todos os lados. Ignorância: península sinuosa! Sal de traumas, areia cinzenta e vento esculpem encostas íngremes. Paisagem montanhosa transpõe a praia da dor. Ai, a dor… A liberdade nos livra da dor, nos desveste do amor. Humanidade segregada: cegosContinuar lendo “Manifesto”
Naufrágio nas galáxias
Plana pássaro rasante transversal dez para uma, manhã. Relógio pendurado acolhe sob braços ponteiros abertos. Carcará: garras e bico hecatombe nuclear voo dismórfico, queda. Buraco negro do amanhã fratura carne exposta naufrágio nas galáxias. Autor Mário L. Cardinale é capricorniano, natural de Poá, município da Grande São Paulo. Formado em Farmácia, atualmente embrenha-se no estudoContinuar lendo “Naufrágio nas galáxias”
Cotidiano
Soco o olho do furacão ossos do pulso se quebram em cacos, esfacelados. Durante o jantar vejo a sombra dos famintos; me envergonho. A solidão da noite perturba quando se é refém de tantos pensamentos. O remorso dilacera o espírito. Feridas n’alma são mais difíceis tratar. Parece que na minha vida o vento provém, ordinariamente,Continuar lendo “Cotidiano”
Em mim esqueço
Vigília na madrugada é tudo ou nada… o tempo perpassa no próprio compasso um silêncio espasmo sombra na parede tatuada. Redondilha menor ou maior, que importa? Escrevo e só; verso-dissimulo desatento, afogo mágoas, palavra por palavra, em tinta. Mergulho: grito ao pé d’ouvido rigoroso andar das horas noite adentro, amor próprio escasso inebriado fico. AfundoContinuar lendo “Em mim esqueço”
Sobre Nós
Fechar os olhos chegar em fração de segundo. A realidade ampliada além da matéria e do etéreo. Qual será de nós, menina? Será somos só almas vagando em corpos violados pelo tempo que aniquila? Será o amor fratricida? Ofereço tudo e nada… assim juntos, no centro do ciclone gira-gira-gira; vasta esplanada. Estamos encantados pelo reflexoContinuar lendo “Sobre Nós”